Trabalhadores, por Victor Leandro

É uma palavra estranha. O tédio é assunto para os mais favorecidos.
Vemos correrem e rumarem de um lado a outro, rostos sérios e intrépidos, mesmo com as agruras do mundo. São motoristas de ônibus, cozinheiros, frentistas, médicos, enfermeiros, garis, caixas de comércio. Todos atravessados pelo barulho estridente das acelerações dos motociclistas. Claro, há também o medo, assim como a coragem de ir adiante tendo-o como companhia. Heróis trágicos produtores da existência comum.
Desconhecem o conceito de luta de classes, e também o marxismo. Não houve tempo. Porém, tal nunca foi necessário para fazer uma revolução. Essa não é um curso acadêmico, e sim uma prática efetiva. O que lhes falta? De nenhuma forma é algo como brio. Talvez estejam no limiar, na curta beira de um passo adiante. Em breve, tudo muda. O fascismo liberal já deixa clara sua face obscura.
Enquanto isso, do alto dos prédios, a burguesia repousa e delira. O risco que corre é por ser estúpida, e de perder graças à própria estultice uma saúde vazia.
Já outros, do outro lado, pensam, e escrevem odes inúteis e baldias. Mas antes isso que o nada. Ao menos fica na memória uma réstia de sincero elogio.
Todo o poder aos trabalhadores. Todo o poder à classe que verdadeiramente luta.
Juntos, triunfantes, ainda avançaremos.
Imagem - https://brasilescola.uol.com.br/historiab/movimento-operario-brasileiro.htm