O momento da revolta, por Victor Leandro

Já nos falou Albert Camus sobre esse instante irrevogável em que depois de tantas ignomínias dizemos não, que não podemos mais nos calar ou tolerar todas as ofensas e desgraças por que passamos. Surge daí a revolta, a qual, diferentemente de uma simples raiva individual, possui sempre um sentido universalizante, uma vez que se volta contra a situação básica de opressão do sujeito, alterando, assim, o estatuto de toda a sua classe.
O revoltado quer mudar a si ao mundo, e, agora, é disso que precisamos. O instante de transigir já passou. A agressividade dos algozes chegou ao nível de morte. Contra isso, tudo o que podemos e levantar nossas vozes e corpos até que debelemos inteiramente o que nos reprime. Gritar fora, pôr para fora, promover a dissolução clara daquele que se propôs ser o inimigo.
Sim, chegou o dia de não mais hesitar. A população agoniza nas casas e pede urgência. Cada minuto perdido também é uma vida desaparecida.
Que, de agora em diante, toda lágrima, tristeza e indignação
se converte em fúria revoltosa, rumando para ação decisiva. E que caiam de
imediato Bolsonaro e sua súcia. Esta é a ordem da rebeldia assumida.