Lilith, por Anne Caroline
25/04/2020

Corrompidos os sonhos, sobram-se angústias
Despidos de todo o orgulho nos prostramos em fé
Buscando no ópio do povo a solução de cada desterro
Perdidos em orações vazias, imersas em desespero
Despida também me encontro da mentira que é o decoro
Eu me prostro diante do altar que é o teu corpo
Faço de cada sussurro minha oração
E na sua boca encontro minha hóstia

As vozes, venenosos bulícios, continuam a gritar
Que meu corpo é o cemitério da luz deífica
E meu espírito o limbo dos pecados
Mas ignoram que há muito eu ergui meu próprio deus
A salvação está onde quisermos que esteja.