Morfina, por Anne Caroline
Tão antiga quanto o próprio tempo
Tão antiga quanto o próprio tempo
Sando queria enlouquecer e não sabia como. Desde pequeno, a ideia de abandonar a lógica normal por completo o atraía. Bastava olhar para um esquecido na praça, falando solitário entre as estátuas de bronze, que algo aflorava dentro de si. Queria ser louco, ficar sob olhares de estranheza. Quando chegou à adolescência, contou o desejo à mãe.
Disseram-me que devo portar à arte
Julio, Castro, Amanda, Sandro, Irene. Amigos bem mais que juntos, embora aceitem o conflito e a separação. Apreciam-se então unidos, mas não raros são vistos apartados.
Denis queria escrever romances. Como quis em outros tempos ser pintor, escultor, fotógrafo e, no início da adolescência, comediante. Sua primeira imersão no mundo das palavras se deu pela poesia, no que fracassou. Em termos de estilo de época, seus versos não eram mais do que um simbolismo informe.
Serge tem um problema. Suas amizades não duram muito. Mas não é como o que ocorre com a maioria. As coisas se dão de forma inusitada.
Espelho que espelha meus olhos
Para falar de um quarto vazio, é preciso estar dentro dele.
Recordem-se da pequena menina de olhos
poema publicado originalmente no blog Escrevendo a Eternidade e pode ser encontrado aqui: